A Biblioteca de Nova York
Allan Kardec
Um jornal de Nova York publica um fato bastante curioso, do qual certo número de pessoas já tinha conhecimento, e sobre o qual, desde alguns dias, eram feitos comentários assaz divertidos. Os espiritualistas vêem nele um exemplo a mais das manifestações do outro mundo. As pessoas sensatas não vão procurar tão longe a explicação, reconhecendo claramente os sintomas característicos de uma alucinação. É também a opinião do próprio Dr. Cogswell, o herói da aventura.
O Dr. Cogswell é o bibliotecário chefe da Astor Library. O devotamento que se permite ao acabamento de um catálogo completo da biblioteca, muitas vezes o leva a consagrar a esse trabalho as horas que deveria destinar ao sono. É assim que tem oportunidade de visitar sozinho, à noite, as salas onde tantos volumes se acham arrumados nas estantes.
Há cerca de quinze dias, pelas onze horas da noite, ele passava, com o castiçal na mão, diante de um dos recantos cheios de livros, quando, para sua grande surpresa, percebeu um homem bem-posto, que parecia examinar com cuidado os títulos dos volumes. A princípio, imaginando que se tratasse de um ladrão, recuou e observou atentamente o desconhecido. Sua surpresa tornou-se ainda mais viva quando reconheceu, no visitante noturno, o doutor ***, que tinha vivido na vizinhança de Lafayette-Place, mas que estava morto e enterrado havia seis meses.
O Dr. Cogswell não acredita muito em aparições e as teme menos ainda. Não obstante, resolveu tratar o fantasma com atenção e, levantando a voz, disse-lhe: Doutor, como se explica que em vida provavelmente jamais tenhais vindo a esta biblioteca, e agora a visitais depois de morto? Perturbado em sua contemplação, o fantasma olhou o bibliotecário ternamente e desapareceu sem responder.
– Singular alucinação, disse o Sr. Cogswell de si para si. Sem dúvida terei comido algo indigesto ao jantar.
Retornou ao trabalho; depois foi deitar-se e dormiu tranqüilamente. No dia seguinte, à mesma hora, teve vontade de visitar a biblioteca. No mesmo local da véspera encontrou o mesmo fantasma, dirigiu-lhe as mesmas palavras e obteve o mesmo resultado.
Eis uma coisa curiosa, pensou ele; é preciso que eu volte amanhã.
Antes de voltar, porém, o Dr. Cogswell examinou as estantes que pareciam interessar vivamente ao fantasma e, por uma singular coincidência, reconheceu que estavam repletas de obras antigas e modernas de necromancia. No dia seguinte, ao encontrar pela terceira vez o doutor morto, variou a pergunta e lhe disse:
“É a terceira vez que vos encontro, doutor. Dizei-me se algum desses livros perturba vosso repouso, a fim de que eu o mande retirar da coleção.” O fantasma não respondeu desta, como das outras vezes, mas desapareceu definitivamente, e o perseverante bibliotecário pôde voltar à mesma hora e ao mesmo lugar, noites seguidas, sem o encontrar.
Entretanto, aconselhado por amigos, aos quais havia contado a história, e pelos médicos a quem consultou, decidiu repousar um pouco e fazer uma viagem de algumas semanas até Charlestown, antes de retomar a tarefa longa e paciente que se havia imposto, e cuja fadiga, sem dúvida, havia causado a alucinação que acabamos de narrar.
Observação – Sobre o artigo, faremos uma primeira observação: é a falta de cerimônia com que os negadores dos Espíritos se atribuem o monopólio do bom-senso. “Os espiritualistas – diz o autor – vêem no fato um exemplo a mais das manifestações do outro mundo; as pessoas sensatas não vão procurar tão longe a explicação, reconhecendo claramente os sintomas de uma alucinação.” Assim, de acordo com esse autor, somente são sensatas as pessoas que pensam como ele; as demais não têm senso comum, mesmo que fossem doutores, e o Espiritismo os conta aos milhares. Estranha modéstia, na verdade, a que tem por máxima: Ninguém tem razão, exceto nós e nossos amigos!
Ainda estamos para ter uma definição clara e precisa, uma explicação fisiológica da alucinação. Mas, em falta de explicação, há um sentido ligado a esta palavra; no pensamento dos que a empregam, significa ilusão. Ora, quem diz ilusão diz ausência de realidade; segundo eles, é uma imagem puramente fantástica, produzida pela imaginação, sob o império de uma superexcitação cerebral. Não negamos que assim possa ser em certos casos; a questão é saber se todos os fatos do mesmo gênero estão em condições idênticas. Examinando o que foi relatado acima, parece que o Dr. Cogswell estava perfeitamente calmo, como ele próprio declara, e que nenhuma causa fisiológica ou moral teria vindo perturbar-lhe o cérebro. Por outro lado, mesmo admitindo nele uma ilusão momentânea, restaria ainda explicar como essa ilusão se produziu vários dias seguidos, à mesma hora, e com as mesmas circunstâncias; isso não é o caráter da alucinação propriamente dita. Se uma causa material desconhecida impressionou seu cérebro no primeiro dia, é evidente que essa causa cessou ao cabo de alguns instantes, quando o fantasma desapareceu. Como, então, ela se reproduziu identicamente três dias seguidos, com vinte e quatro horas de intervalo? É lamentável que o autor do artigo tenha negligenciado de o fazer, porquanto deve, sem dúvida, ter excelentes razões, visto pertencer ao grupo das pessoas sensatas.
Contudo, reconhecemos que, no fato acima mencionado, não há nenhuma prova positiva da realidade e que, a rigor, poder-se-ia admitir que a mesma aberração dos sentidos tenha podido repetir-se. Mas dar-se-á o mesmo quando as aparições são acompanhadas de circunstâncias, de certo modo, materiais? Por exemplo, quando pessoas, não em sonho, mas perfeitamente despertas, vêem parentes ou amigos ausentes, nos quais absolutamente não pensavam, aparecer-lhes no momento da morte, que vêm anunciar, pode-se dizer que seja um efeito da imaginação? Se o fato da morte não fosse real, haveria incontestavelmente ilusão; mas quando o acontecimento vem confirmar a previsão – e o caso é muito freqüente – como não admitir outra coisa, senão simples fantasmagoria? Ainda que o fato fosse único, ou mesmo raro, poder-se-ia crer num jogo do acaso; mas, como dissemos, os exemplos são inumeráveis e perfeitamente provados. Que os alucinacionistas se disponham a nos dar uma explicação categórica e, então, veremos se suas razões são mais probantes que as nossas. Gostaríamos, sobretudo, que nos provassem a impossibilidade material que a alma – principalmente eles, que se julgam sensatos por excelência, e admitem que temos uma alma que sobrevive ao corpo – que nos provassem, dizíamos, que essa alma, que deve estar em toda parte, não possa estar à nossa volta, ver-nos, ouvir-nos e, desde então, comunicar-se conosco.
> (Texto de Allan Kardec, transcrito de Revue Spirite, maio de 1860).
O Espiritismo é uma religião?
Allan Kardec
“[...] Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; com efeito, é aí que podem e devem exercer a sua força, porque o objetivo deve ser a libertação do pensamento das amarras da matéria. Infelizmente, a maioria se afasta deste princípio à medida que a religião se torna uma questão de forma. Disto resulta que cada um, fazendo seu dever consistir na realização da forma, se julga quites com Deus e com os homens, desde que praticou uma fórmula. Resulta ainda que cada um vai aos lugares de reuniões religiosas com um pensamento pessoal, por sua própria conta e, na maioria das vezes, sem nenhum sentimento de confraternidade em relação aos outros assistentes; fica isolado em meio à multidão e só pensa no céu para si mesmo.
Por certo não era assim que o entendia Jesus, ao dizer: “Quando duas ou mais pessoas estiverem reunidas em meu nome, aí estarei entre elas.” Reunidos em meu nome, isto é, com um pensamento comum; mas não se pode estar reunido em nome de Jesus sem assimilar os seus princípios, sua doutrina. Ora, qual é o princípio fundamental da doutrina de Jesus? A caridade em pensamentos, palavras e ações. Mentem os egoístas e os orgulhosos, quando se dizem reunidos em nome de Jesus, porque Jesus não os conhece por seus discípulos.
[...} Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembléias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião, em sua acepção larga e verdadeira, é um laço que religa os homens numa comunhão de sentimentos, de princípios e de crenças; consecutivamente, esse nome foi dado a esses mesmos princípios codificados e formulados em dogmas ou artigos de fé. É nesse sentido que se diz: a religião política; entretanto, mesmo nesta acepção, a palavra religião não é sinônima de opinião; implica uma idéia particular: a de fé conscienciosa; eis por que se diz também: a fé política. Ora, os homens podem filiar-se, por interesse, a um partido, sem ter fé nesse partido, e a prova é que o deixam sem escrúpulo, quando encontram seu interesse alhures, ao passo que aquele que o abraça por convicção é inabalável; persiste à custa dos maiores sacrifícios, e é a abnegação dos interesses pessoais a verdadeira pedra-de-toque da fé sincera. Todavia, se a renúncia a uma opinião, motivada pelo interesse, é um ato de desprezível covardia, é, não obstante, respeitável, quando fruto do reconhecimento do erro em que se estava; é, então, um ato de abnegação e de razão. Há mais coragem e grandeza em reconhecer abertamente que se enganou, do que persistir, por amor-próprio, no que se sabe ser falso, e para não se dar um desmentido a si próprio, o que acusa mais obstinação do que firmeza, mais orgulho do que razão, e mais fraqueza do que força. É mais ainda: é hipocrisia, porque se quer parecer o que não se é; além disso é uma ação má, porque é encorajar o erro por seu próprio exemplo.
O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como conseqüência da comunhão de vistas e indulgência e a benevolência mútuas. É nesse sentido que também se diz: a religião da amizade, a religião da família.
Se é assim, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores! No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque é a doutrina que funda os vínculos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza.
Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.
Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.
As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente, isto é, com o recolhimento e o respeito que comporta a natureza grave dos assuntos de que se ocupa; pode-se mesmo, na ocasião, aí fazer preces que, em vez de serem ditas em particular, são ditas em comum, sem que, por isto, sejam tomadas por assembléias religiosas. Não se pense que isto seja um jogo de palavras; a nuança é perfeitamente clara, e a aparente confusão não provém senão da falta de uma palavra para cada idéia.
Qual é, pois, o laço que deve existir entre os espíritas? Eles não estão unidos entre si por nenhum contrato material, por nenhuma prática obrigatória. Qual o sentimento no qual se deve confundir todos os pensamentos? É um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para com todos ou, em outras palavras: o amor do próximo, que compreende os vivos e os mortos, pois sabemos que os mortos sempre fazem parte da Humanidade.
A caridade é a alma do Espiritismo; ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus semelhantes, razão por que se pode dizer que não há verdadeiro espírita sem caridade.
Mas a caridade é ainda uma dessas palavras de sentido múltiplo, cujo inteiro alcance deve ser bem compreendido; e se os Espíritos não cessam de pregá-la e defini-la, é que, provavelmente, reconhecem que isto ainda é necessário.
O campo da caridade é muito vasto; compreende duas grandes divisões que, em falta de termos especiais, podem designar-se pelas expressões Caridade beneficente e caridade benevolente. Compreende-se facilmente a primeira, que é naturalmente proporcional aos recursos materiais de que se dispõe; mas a segunda está ao alcance de todos, do mais pobre como do mais rico. Se a beneficência é forçosamente limitada, nada além da vontade poderia estabelecer limites à benevolência.
O que é preciso, então, para praticar a caridade benevolente? Amar ao próximo como a si mesmo. Ora, se se amar ao próximo tanto quanto a si, amar-se-o-á muito; agir-se-á para com outrem como se quereria que os outros agissem para conosco; não se quererá nem se fará mal a ninguém, porque não quereríamos que no-lo fizessem.
Amar ao próximo é, pois, abjurar todo sentimento de ódio, de animosidade, de rancor, de inveja, de ciúme, de vingança, numa palavra, todo desejo e todo pensamento de prejudicar; é perdoar aos inimigos e retribuir o mal com o bem; é ser indulgente para as imperfeições de seus semelhantes e não procurar o argueiro no olho do vizinho, quando não se vê a trave no seu; é esconder ou desculpar as faltas alheias, em vez de se comprazer em as pôr em relevo, por espírito de maledicência; é ainda não se fazer valer à custa dos outros; não procurar esmagar ninguém sob o peso de sua superioridade; não desprezar ninguém pelo orgulho. Eis a verdadeira caridade benevolente, a caridade prática, sem a qual a caridade é palavra vã; é a caridade do verdadeiro espírita, como do verdadeiro cristão; aquela sem a qual aquele que diz: Fora da caridade não há salvação, pronuncia sua própria condenação, tanto neste quanto no outro mundo.
[...] Crer num Deus Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom; crer na alma e em sua imortalidade; na preexistência da alma como única justificação do presente; na pluralidade das existências como meio de expiação, de reparação e de adiantamento intelectual e moral; na perfectibilidade dos seres mais imperfeitos; na felicidade crescente com a perfeição; na eqüitativa remuneração do bem e do mal, segundo o princípio: a cada um segundo as suas obras; na igualdade da justiça para todos, sem exceções, favores nem privilégios para nenhuma criatura; na duração da expiação limitada à da imperfeição; no livre-arbítrio do homem, que lhe deixa sempre a escolha entre o bem e o mal; crer na continuidade das relações entre o mundo visível e o mundo invisível; na solidariedade que religa todos os seres passados, presentes e futuros, encarnados e desencarnados; considerar a vida terrestre como transitória e uma das fases da vida do Espírito, que é eterno; aceitar corajosamente as provações, em vista de um futuro mais invejável que o presente; praticar a caridade em pensamentos, em palavras e obras na mais larga acepção do termo; esforçar-se cada dia para ser melhor que na véspera, extirpando toda imperfeição de sua alma; submeter todas as crenças ao controle do livre-exame e da razão, e nada aceitar pela fé cega; respeitar todas as crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam, e não violentar a consciência de ninguém; ver, enfim, nas descobertas da Ciência, a revelação das leis da Natureza, que são as leis de Deus: eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a Deus. É o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de pensamentos, esperando que ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.
Com a fraternidade, filha da caridade, os homens viverão em paz e se pouparão males inumeráveis, que nascem da discórdia, por sua vez filha do orgulho, do egoísmo, da ambição, da inveja e de todas as imperfeições da Humanidade.
O Espiritismo dá aos homens tudo o que é preciso para a sua felicidade aqui na Terra, porque lhes ensina a se contentarem com o que têm. Que os espíritas sejam, pois, os primeiros a aproveitar os benefícios que ele traz, e que inaugurem entre si o reino da harmonia, que resplandecerá nas gerações futuras.
[...]
> (Texto de Allan Kardec lido na Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, no dia 1º. de novembro de 1868. Transcrição parcial, Revue Spirite, dezembro de 1868).
Eventos
Como todos os eventos o Caldo Verde foi um sucesso....agradecemos à todos que nos ajudaram, e lembrando que agora temos mais um desafio que será a venda de artezanatos, na famosa FESTA DA TAINHA DE PRAIA GRANDE toda SEXTA, SÁBADO E DOMINGO, que este ano esta localizada no Litoral Plaza Shopping que fica na Avenida Ayrton Senna da Silva, 1.511, em Praia Grande, final da Rodovia dos imigrantes, próximo à Ponte Pênsil e Ponte do Mar Pequeno....As principais vias de acesso ao Litoral Plaza Shopping são as Rodovias Anchieta e Imigrantes, Padre Manoel da Nóbrega e Pedro Taques. Com a inauguração da Segunda Pista da Imigrantes, há dois anos, o fluxo de veículos em direção ao litoral ficou bastante facilitado, situação que favorece também o Litoral Plaza Shopping.
MENSAGEM: TEM UM MINUTO PARA DEUS ?
Recém-Desencarnados
Texto compilado a partir do trabalho apresentado pelo grupo de Estudos da Mediunidade da FEMEL
A principal dificuldade do recém-desencarnado é a adaptação ao impacto das energias astrais. O choque é muito forte, os pensamentos e emoções dele, ou de pessoas próximas, o atingem com facilidade.
A fragilidade do espírito é maior até o momento em que o cordão de prata é rompido, e infelizmente, esse é o período de maior emissão de sofrimento pelos irmãos encarnados. Eles podem receber os choques desagradáveis das lembranças e das emanações de sofrimento dos que se encontram encarnados. Além disso, muitos falam mal dos que se foram, relembrando acontecimentos de sua vida.
O incômodo sentido pelo espírito, (mesmo quando possui merecimento para auxílio) não está isento das energias hostis enviadas pelos seus irmãos.
O principal motivo para as perturbações que ocorrem durante o processo de desencarne é o padrão vibratório dos amigos e familiares que estão em volta do leito de morte. Choros, gritos, angustias, medo, saudade e, além de tudo isso, temos as conversas egoístas ou de baixo padrão vibratório. Existe também a atração de espíritos de baixo padrão vibratório envolvidos nas conversas, que podem vir pedir perdão ou cobrar erros do indivíduo.
O espírito também fica suscetível as vibrações dos familiares. Quando estes, em desequilíbrio, ficam chamando por ele, ocorre uma atração muito forte e o espírito recebe esse impacto, porque ainda esta em período de adaptação. Se o espírito recém-liberto voltar para o lar ele sofrerá junto com os familiares e de forma inconsciente se tornará um obsessor dos seus entes queridos.
Pode ocorrer, nesse intercâmbio de influências, a retenção do espírito no ambiente familiar, em que o desencarnado retorne para o lar juntamente com os seus e sequer perceba o fato de já estar desencarnado, gerando problemas para ambos os lados, podendo, inclusive causar sofrimentos e mal-estar entre os encarnados, que, por um lado, reclamam a falta do que desencarnou, e por outro, não lhe percebem a presença e o desespero em se fazer notar e ser ajudado.
É fato que a vibração energética emitida pelos entes encarnados é de profunda influência no espírito em libertação. Durante esse meio tempo o espírito fica meio consciente (espírito de média evolução) sente-se fraco, facilmente influenciável pelo ambiente, não consegue raciocinar direito e pode sentir as sensações da doença que o levou ao desencarne.
Por isso, a melhor postura durante o desencarne é a PRECE, o SILÊNCIO e assuntos que não comprometam o padrão vibratório do ambiente.
CHICO XAVIER, O FILME, ESTÁ NA FRENTE...
02 de maio de 2010. Saiu o relatório dos dez mais vistos filmes no Brasil. Chico Xavier, na sua quinta semana de exibição, já gerou quase 26,5 milhões de reais em bilheteria, foi visto por mais de 2,89 milhões de expectadores e atraiu leitores em todo o Brasil para as biografias e obras do médium. A FEB lançou uma nova edição do Parnaso de Além Túmulo, e as livrarias de mercado montaram stands destacando os livros espíritas.
CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA
Detive-me recentemente no item "Código Penal da Vida Futura" (Capítulo VII da primeira parte do livro). É um estudo de Kardec, fruto das muitas comunicações e questionamentos sobre a condição dos espíritos após a morte.
Apesar do título, Kardec não situa Deus na condição de juiz e executor, mas de criador da lei do progresso. No contexto da lei do progresso, as ações dos homens têm consequências óbvias nesta e em outras vidas.
A vida após a morte é uma continuidade da vida presente.
Assim, quem se prende à vida material tem dificuldades em desencarnar. A alma desprende-se do corpo com lentidão, sofre angústias ao desprender-se e pode ficar em estado de perturbação durante um tempo variável (Kardec fala em meses ou anos).
Muitos têm a ilusão de continuar vivos e sofrem as "necessidades, tormentos e perplexidades da vida".
Os criminosos sofrem com a presença das vítimas e das circunstâncias do crime.
Os orgulhosos sofrem vendo os pretensos inferiores em condição melhor que a sua.
Os hipócritas sofrem, vendo seus segredos conhecidos por todos.
Os sensualistas (Kardec os chama de sátiros) se veem impotentes para realizar seus desejos, que, exaltados, se transformam em tormento.
Os avarentos sofrem ao ver seus bens dissipados pelos herdeiros.
Os egoístas sofrem sozinhos a falta de socorro, uma vez que não socorreram a ninguém, embora sejam dignos, como todos os demais, da ajuda de espíritos superiores. Contudo, não os registram, presos em suas emoções.
Para Kardec, apesar da metáfora de "Código Penal", o sofrimento não é um castigo, mas uma consequência dos atos e escolhas do homem. Ele fará com que os espíritos compreendam que são eles próprios quem podem mudar seus destinos e que suas crenças sobre como viver eram equivocadas.
O Poder dos Médiuns
Reportagem da Revista ISTOÉ
O espiritismo é seguido por 30 milhões de pessoas no mundo. O Brasil é a maior nação espírita do planeta. São 20 milhões de adeptos e simpatizantes, segundo a Federação Espírita Brasileira – no último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2,3 milhões declararam seguir os preceitos do francês Allan Kardec, o fundador da doutrina. A mediunidade, popularizada pelas psicografias de Chico Xavier, em Uberaba (MG), ganhou visibilidade nos últimos anos na mesma proporção em que cresceu o espiritismo. Mas nada se compara ao poder da mídia atual, que permite debater os ensinamentos da religião por meio de livros, programas de tevê e rádio. Os romances com temática espiritualista de Zíbia Gasparetto, por exemplo, são presença constante nas listas de mais vendidos.
Embora não haja estatísticas de quantos entre os praticantes são médiuns, o que se observa é uma quantidade maior de pessoas que afirmam possuir o dom. O interesse pela religião codificada por Kardec é confirmado pelo recorde de público do filme Bezerra de Menezes – o diário de um espírito, do cineasta Glauber Filho: 250 mil espectadores, desde o lançamento nos cinemas, em 29 de agosto. Um número alto para uma produção nacional. O longa, com o ator Carlos Vereza (também praticante do espiritismo) no papel-título, conta a história do cearense que ficou conhecido como "médico dos pobres", se tornou ícone da doutrina e orienta médiuns em centenas de centros a se dedicar ao bem e à caridade.
PSICOGRAFIA Instrumento por meio dos livros A psicóloga Marilusa Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, é conhecida no espiritismo pela sua vasta literatura psicografada. Em 40 anos de dedicação à mediunidade, publicou 61 livros. Seu orientador é o espírito do poeta Tomás Antonio Gonzaga, que participou da Inconfidência Mineira. A dedicação à psicografia levou Marilusa a fundar em 1985 a Editora Espírita Radhu, sigla para renúncia, abnegação, desprendimento e humildade, a base dos ensinamentos na doutrina. Ela reúne outros dons, como ouvir, falar e enxergar espíritos e ser instrumento deles na pintura mediúnica. "Os vários tipos surgiram desde a infância", conta Marilusa, que nasceu numa família espírita. "O controle da mediunidade é indispensável. O médium não é joguete do espírito. Eles interagem, num acordo mútuo de tarefa." |
São cinco os meios de expressão da mediunidade. A psicografia, que consagrou Chico Xavier, é a mais conhecida. Nela, o médium escreve mensagens e histórias que recebe de espíritos. Estaria sob o controle deles o que as mãos transcrevem. A vidência permite enxergar os mortos que não conseguiram se desvencilhar da Terra ao não aceitarem a morte ou que aparecem para enviar recados a entes queridos. Na psicofonia, o sensitivo é capaz de ouvir e reproduzir o que os espíritos dizem e pedem. A psicopictografia, ou pintura mediúnica, permite ao médium ser instrumento de artistas desencarnados (termo usado pela doutrina para designar mortos). A mediunidade da cura é responsável pelas chamadas cirurgias espirituais. Não é incomum um mesmo indivíduo reunir mais de um tipo de dom.
VIDÊNCIA Ver e auxiliar aqueles que estão em outro plano
|
A reportagem de ISTOÉ presenciou uma manifestação mediúnica em Indaiatuba, interior de São Paulo. O tom de voz baixo e os gestos delicados de Solange Giro, 46 anos, sugeriam que ela carrega certa timidez ao expor a própria vida numa conversa com um estranho. Cerca de duas horas depois, porém, é difícil acreditar no que os olhos vêem. Diante de uma tela em branco, sobre uma mesa improvisada com dezenas de tubos de tinta, a mulher começa a pintar um quadro na seqüência de outro. O tempo gasto em cada um não passa de nove minutos. As obras são coloridas e harmoniosas. "Nunca fiz aula de artes. Mal conseguia ajudar meus filhos com os desenhos da escola", diz, minutos antes da apresentação. A discreta Solange dá lugar a uma pessoa que fala alto, canta e encara os interlocutores nos olhos, com ar desafiador. A assinatura nas telas não leva seu nome, mas de artistas famosos – e já mortos –, como Monet, Mondrian e Tarsila do Amaral. Seria uma interpretação digna de uma atriz? Talvez. O que difere o momento de uma encenação é subjetivo e dá margem a dezenas de explicações – convincentes ou não. Talvez seja possível encontrar respostas no que a artista diz a cada uma das pessoas da platéia presenteadas com um dos dez quadros produzidos na noite. Enquanto entregava a obra, ela desferia características e situações de vida de cada um absolutamente desconhecidas dela. O mentor que a guia é o médico holandês Ernst, que viveu no século XVII. A sensitiva garante que era ele, não ela, quem estava presente na pintura dos quadros.
Nem sempre é fácil aceitar a mediunidade, que pode causar medo quando começa a se manifestar. "Ainda hoje não gosto quando vejo o possível desencarne de alguém. Nestas horas, preferia não saber", conta a psicóloga Marilusa Moreira Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, que psicografa. O médium de cura Wagner Fiengo, analista fiscal paulistano, 37 anos, chegou a se afastar da doutrina. "Aos 13 anos não entendia por que presenciava aquilo." Para manter a sanidade e o equilíbrio, as pessoas que possuem dons e querem fazer parte da religião espírita precisam se dedicar à educação mediúnica. O curso leva cinco anos. Inclui os ensinamentos que Allan Kardec compilou no Livro dos Espíritos – a obra que deu base ao entendimento da doutrina – e no Livro dos Médiuns – que explica quais são os tipos de mediunidade, como eles se manifestam e os cuidados a serem tomados. Entre eles, o combate a falhas de comportamento, como vaidade, orgulho e egoísmo. O Espiritismo prega que as imperfeições da personalidade atraem espíritos com a mesma vibração. "O pensamento é tudo. Aqueles que pensam positivo atrairão o que é semelhante. O mesmo acontece com o pensamento negativo e os vícios. Quem gosta de beber, por exemplo, chama a companhia de espíritos alcoólatras", afirma o professor de educação mediúnica Ivanildo Protázio, 49 anos, de São Paulo, que tem o dom da vidência.
|
Apesar desse contato constante, os mortos, ou desencarnados, como preferem os espíritas, não aparecem em "carne e osso". A ligação com o mundo dos vivos seria possível graças ao perispírito, explica Geraldo Campetti, diretor da Federação Espírita Brasileira. "Ele é o intermediário entre o corpo e o espírito. A polpa da fruta que fica entre a casca e o caroço." O perispírito seria formado por substâncias químicas ainda desconhecidas pelos pesquisadores terrenos, garantem os adeptos do espiritismo. "É a condensação do que Kardec batizou como fluido cósmico universal", afirma o neurocirurgião Nubor Orlando Facure, diretor do Instituto do Cérebro de Campinas. Nas quatro décadas em que estuda a manifestação da mediunidade no cérebro, Facure mapeou áreas cerebrais que seriam ativadas pelo fluido.
CURA Cirurgias sem dor nem sangue O primeiro espírito a se materializar para o analista fiscal Wagner Fiengo, 37 anos, de São Paulo, foi de um primo. Ele tinha dez anos, teve medo e se afastou. Mas, na juventude, um tio, seguidor da doutrina, avisou que era hora de ele se preparar para a missão que lhe fora reservada. Por meio da psicografia, seu guia espiritual, o médico Ângelo, informou que teriam um compromisso: curar pessoas. Ele não foi adiante. Uma pancreatite surgiu sem que os médicos diagnosticassem os motivos. Há quatro anos, seu guia explicou que as doenças eram ajustes a erros que Fiengo havia cometido numa vida passada. A missão era a forma de equilibrar a saúde e a alma. Em 2004, iniciou as cirurgias espirituais. Ele diz que não é uma substituição ao tratamento convencional. "É um auxílio na cura de fatores emocionais e físicos." |
A maior parte dos cientistas acredita que a mediunidade nada mais é do que a manifestação de circuitos cerebrais. Alguns já seriam explicáveis, como os estados de transe. Pesquisas da Universidade de Montreal, no Canadá, e da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, comprovaram que, durante a oração de freiras e monges católicos, a área do cérebro relacionada à orientação corporal é quase toda desativada, o que justificaria a sensação de desligamento do corpo. Os testes usaram imagens de ressonâncias magnéticas e tomografias feitas no momento do transe.
A teoria seria aplicável ao transe mediúnico, quando o médium diz incorporar o espírito e não se lembra do que aconteceu. Pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, estudaram pessoas que estiveram entre a vida e a morte e relataram se ver fora do próprio corpo durante uma operação ou entrando em contato com pessoas mortas. Os estudiosos concluíram se tratar de um fenômeno fisiológico produzido pela privação de oxigênio no cérebro. Trabalhando sob stress, o órgão seria também inundado de substâncias alucinógenas. As imagens criadas pela mente seriam apenas a retomada de percepções do cotidiano guardadas no inconsciente.
|
Evento beneficiente
Chá beneficiente para obras da casa, com sorteio de prendas, venha colabore!!
Dia 11/04/2010 às 15:00 hs na sede
EVENTO: DIA DA PIZZA
DIA 13/03/2010 SERÁ REALIZADO O DIA DA PIZZA
NA RUA AMAZONAS, 618 BOQUEIRÃO
COM PRONTA ENTREGA DAS 16:00 ÀS 18:00 HS
VÁRIOS SABORES POR APENAS R$ 10,00
SÃO ELES:
CALABREZA
MUSSARELA
MARGUERITA
BAURU